Ontem entrevistei-me com uma cliente que está detida sob acusação de ter praticado crime. Ainda não foi julgada, ou seja, está presa provisoriamente.
De todas as pessoas presas no Brasil cerca de 40% estão na mesma situação, sem culpa estabelecida.
O número de mulheres encarceradas de 2000 a 2016 aumentou 455%.
Dados do Departamento Penitenciário Nacional revelam que 62% das mulheres presas cometeram o crime de tráfico de drogas, muitas delas flagradas com pequenas quantidades.
Desse percentual cerca de 77% entraram para o mundo do crime por influência do companheiro (incluído marido e namorado).
A partir do momento em que são trancafiadas normalmente ficam só. Seus companheiros a abandonam, a família muitas vezes a abandona.
Resta-lhes muitas vezes apenas a figura do advogado.
Adaptando a fala atribuída a Francesco Carnelutti, “a essência, a dificuldade, a nobreza da advocacia é esta: sentar-se sobre o último degrau da escada ao lado do acusado, quando todos o abandonam”.